Síntese dos acontecimentos históricos:
Desde o século XIII a Europa estava vivenciando notáveis transformações sociopolíticas, tendo a burguesia, nova classe em ascensão, que lutavam para varrer o antigo Sistema Feudo - Monárquico Absolutista do cenário atuante, para que se legitimassem como única classe aristocrática dominante. O termo Revolução se conceitua como mudanças profundas decorrentes das esferas sociais, políticas e econômicas, sendo algo visceral, ou seja, tendo seus desdobramentos naquele ambiente da qual se exija tais transformações, vai ganhando força e assim abrangendo para outros contextos, por meio do campo das ideias e dos discursos.
A Revolução Francesa foi um movimento revolucionário de alto escalão, considerado pelos historiadores um intenso divisor de águas em nossa história, pois ela travou todas as suas batalhas no campo político radical de aspirações iluministas, sem roupagens religiosas, conquistando pela primeira vez, a derrocada da classe combatente (O velho regime) resultando no triunfo da classe burguesa capitalista mercantil. A Insurreição Francesa inaugurou a passagem da Idade Moderna para Idade Contemporânea; e trouxe além de uma radicalidade social, características democráticas que marcaram aquele evento.
A França antes da revolução, estava organizada da seguinte forma:
- Sistema agrário, com economia de subsistência baseada na posse de terras (Feudalismo-vassalo);
- Modelo Monárquico Absolutista - divididos em três estados: 1º Estado Clero (Igreja), 2º Estado Nobreza (tendo maiores privilégios por nascença ou laços sanguíneos) - ambos isentos de impostos); 3º Estado constituído pela Burguesia: trabalhadores urbanos e camponeses, estes pagavam altas taxas de impostos;
- Na
figura do rei onde se concentravam os poderes legislativo, executivo e
judiciário, ou seja, o Estado Trino se personificava no poder total nas mãos de
um soberano, que naquele momento era Luís XVI.
- Durante a reunião, membros do Terceiro Estado (Burguesia e as massas) sugeriram que fosse criada uma constituição que delegasse princípios igualitários para todos os franceses, e que fosse embasada nas diretrizes do liberalismo econômico, e que os sufrágios contabilizados fossem por indivíduos e não por estado;
(Créditos da imagem: A Revolução Francesa vista de dentro do processo revolucionário II – Acadêmíco Arautos)
· O Clero e a nobreza se recusaram
terminantemente a tais propostas, pois acabaria com suas regalias ociosas. Então
assembleia foi dívida entre os apoiadores do rei (nobres e a Igreja – de
direita) e os não apoiadores - girondinos (moderados, representados por Jacques
Pierre Brissot) e os jacobinos (radicais de esquerda, liderado por Maximillien
Robespierre);
(Robespierre - créditos da imagem ao pinterest)
- Parte dos membros do primeiro Estado (Baixo clero) e o terceiro Estado (Burguesia) se apartam dos demais naquela sessão, para assim se reunirem em uma nova assembleia no Palácio de Versalhes, se auto intitularam representantes da nação, e formulam a primeira constituição;
- Portanto, em 26 de agosto de 1789 foi aprovada por esta assembleia a declaração dos direitos humanos e do cidadão; (com o slogan LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE);
- Em 1791 foi aprovada a Constituição Monárquica, colocando o poder executivo nas mãos do rei, limitado pelo poder legislativo constituído pelos membros da assembleia. Enquanto a burguesia e o baixo clero produziam a legislação, nas ruas francesas ocorria levantes populares, sendo um ponta pé inicial para o movimento revolucionário propriamente dito.
(Crédito de imagem: Pinterest)
- Foi a época da qual os jacobinos tomaram o poder e instauraram a chamada “ditadura do terror”, o radicalismo tomou conta de toda a França, ocorreram inúmeras mudanças socioeconômicas, a revolução foi levada ao seu limite. Todos que eram contra ao movimento foram guilhotinados pela “lei dos suspeitos” inclusive a monarquia; o rei Luís XVI foi decapitado em 1793, e meses depois, sua esposa a rainha Maria Antonieta;
- Para os ditadores, as execuções eram a maneira mais justa de acabar com todos os inimigos; essa atitude do estado despertou medo e repulsa da maioria dos franceses, colocando-os contra o líder Robespierre, o acusando de tirania. Considerada para os historiadores a fase da revolução mais sangrenta e desumana. Nem o maior ditador Robespierre foi poupado, sendo condenado a morte em 1794, por despotismo.
Diretório (1794-1799)
(Créditos da imagem: site sua pesquisa )
- Fase da qual os girondinos assumem o poderio francês, sendo cinco diretores quem governavam;
- Apesar da liderança dos girondinos serem mais branda, eles atraíram a antipatia do povo, ao tomarem decisões que desagradavam as massas, como por exemplo ao revogarem a lei de congelamento dos preços;
- Inúmeras nações europeias como Império Austríaco, a Inglaterra, entre outros, ameaçavam invasões, para conter os ideais revolucionários. Por essa razão, os girondinos resolvem recorrer ao jovem e imponente general Napoleão Bonaparte, convidando-o para fazer parte do governo, assim poderia combater de perto todas as forças inimigas.
- Transformação de sistemas de produção, do Feudalismo Monárquico para o Capitalismo Mercantil;
- Ideal de liberalismo econômico atrelado as ideias do iluminismo moderno, com o objetivo de burlar todas as restrições impostas pelo Antigo Regime, pela liberdade de comércio internacional;
- Mudança
de uma economia de subsistência, dando privilégios a uma aristocracia fundada por
laços de sangue ou herança nas terras, para uma economia de acumulação, com
arrendamentos de feudos e confiscos de bens da nobreza e da Igreja;
- Congelamento
de preços de produtos básicos como trigo para conter a hiperinflação;
- Ascensão
e legitimação do poder da Burguesia e criação de uma constituição que visava
direitos e deveres a todos os franceses,
- Separação
e delegação dos poderes estatais (legislativo, executivo e judiciário) sendo
modelo para muitos países atuais;
- Durante a revolução, a classe burguesa e as massas se tornaram a força motriz política dominante.