HELLEN KELLER E A SURDOCEGUEIRA
(Banner do filme dos anos 2000 - créditos à imagem :[HD] O Milagre de Anne Sullivan 1962 Assistir Online Dublado - Filme Completo (blackenalli.blogspot.com)
A educação especial ao decorrer
dos processos históricos sempre foi uma esfera ignorada pelas sociedades. Em
cada momento da história humana podemos observar o comprometimento de
alguém sendo atrelado a fatores místicos, sobrenaturais, religiosos e até mesmo
ideológicos. Por muito tempo foi se atribuído aos indivíduos com deficiência
estigmas que os deixavam a margem da sociedade. Foi desde abandono,
infanticídio, roda dos enjeitados, que as sociedades refletiam nesse nicho de
pessoas a demonstração de seus preconceitos mais obsoletos. Nos séculos XVII e
XVIII podemos verificar países europeus como França, Inglaterra e Alemanha
serem os pioneiros no que tange a educação especial; em Paris por exemplo já havia indícios das primeiras escolas especializadas para surdos (1620); também temos
com o frade francês Charles Michel L'epée a elaboração de um sistema de sinais que
contribuiu na alfabetização de crianças surdas em meados do século XVIII,
se tornando a posteriori, embasamento pedagógico para a formulação da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).
Foi somente no
século XIX, marcado por inúmeros avanços tecnológicos, revolução documental e
sob a égide do cientificismo que as pessoas com comprometimentos foram ganhando
gradativamente relevância, todavia por causa de personalidades das elites que
acometidas por alguma deficiência se posicionaram e militaram por direitos no que desencadeou por muitas iniciativas
oficiais particulares e isoladas, como criação de institutos, formulação e fundamentação
de sistemas linguísticos (gestuais e orais) extremamente importantes para os
deficientes, em específicos os auditivos e os visuais. Um exemplo disso é do
francês Louis Braille (professor) criador do sistema de escrita tátil
para os deficientes visuais, que a posteriori, com reajustes e melhoras foi
amplamente difundido e assim atendendo a esse público.
(Louis Braille - crédito da imagem site da União de cegos do Rio Grande do Sul).
No Brasil do Segundo Reinado (1840- 1889) Dom Pedro II fez inúmeras inciativas oficiais que perduraram até nossos dias: as mais famosas são a criação do Imperial Instituto dos meninos cegos e o Imperial Instituto dos surdos – mudos. Entretanto com os avanços tecnocientíficos, foram detectados outros tipos de comprometimentos como a surdocegueira, tendo Hellen Keller um dos casos mais conhecidos e repercutidos do século XX. A surdocegueira é uma deficiência múltipla sensorial de caráter único, mas com condições de perdas gradativas ou congênitas da visão e da audição combinada muita das vezes com outras deficiências e transtornos. Ela não pode ser considerada uma dupla deficiência, pois possui especificidades subjetivas das quais cada surdocego desenvolve maneiras peculiares de se comunicar com o mundo que os cerca.
No Brasil há discussões assíduas a respeito de formulações de leis que assistam de maneira mais íntegra e honesta esses indivíduos com comprometimentos diversos e enrijeça a Lei nº 13.146/2015 que é um código legislativo recente, mas que na teoria atribuí direitos a todos os deficientes visando sua inclusão social e exercício pleno da cidadania. A população surdocega no Brasil estimasse 1,5 milhões (IBGE-2014) de pessoas acometidas. É uma parcela pequena e por essa razão o sistema regular de ensino não foi pensado em sua estrutura para assistir esses indivíduos, sendo assim essas pessoas são atendidas e acompanhadas em escolas especializadas, em sua maioria de cunho privado.
Como podemos verificar durante o filme, Anne Sullivann é a guia
de Hellen Keller, sua intenção como professora é demostrar a criança surdocega como ler o seu mundo por meio da linguagem de sinais, assim atribuindo - lhe significados. Para
articularmos uma aprendizagem favorável das crianças com surdocegueira
necessitamos de buscar como educadores cursos especializantes para
compreendermos com profundidade e clareza a melhor metodologia e didática úteis, que agreguem no processo de ensino aprendizagem destes, ou seja,
adequando ao cotidiano escolar estratégias pedagógicas e organizando modalidades
de comunicação que articulem a sociointeração desses alunos, refletindo numa
real inclusão nas esferas educativas.
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