domingo, 29 de agosto de 2021

TEMÁTICAS PEDAGÓGICAS - Reflexão sobre filme : “O milagre de Anne Sullivann” (2000).

                              

                                   HELLEN KELLER E A SURDOCEGUEIRA


                        (Banner do filme dos anos 2000 - créditos à imagem :[HD] O Milagre de Anne Sullivan 1962 Assistir Online Dublado - Filme Completo (blackenalli.blogspot.com)

   A educação especial ao decorrer dos processos históricos sempre foi uma esfera ignorada pelas sociedades. Em cada momento da história humana podemos observar o comprometimento de alguém sendo atrelado a fatores místicos, sobrenaturais, religiosos e até mesmo ideológicos. Por muito tempo foi se atribuído aos indivíduos com deficiência estigmas que os deixavam a margem da sociedade. Foi desde abandono, infanticídio, roda dos enjeitados, que as sociedades refletiam nesse nicho de pessoas a demonstração de seus preconceitos mais obsoletos. Nos séculos XVII e XVIII podemos verificar países europeus como França, Inglaterra e Alemanha serem os pioneiros no que tange a educação especial; em Paris por exemplo já havia indícios das primeiras escolas especializadas para surdos (1620); também temos com o frade francês Charles Michel L'epée a elaboração de um sistema de sinais que contribuiu na alfabetização de crianças surdas em meados do século XVIII, se tornando a posteriori, embasamento pedagógico para a formulação da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).


 
(Charles Michel de l'Epée, o pai da educação pública para surdos)
(Crédito da imagem: El país)


                                                  (Crédito da imagem: site do Brasil Escola)

                                    (Sistema alfabético em Língua Brasileira de Sinais)

Foi somente no século XIX, marcado por inúmeros avanços tecnológicos, revolução documental e sob a égide do cientificismo que as pessoas com comprometimentos foram ganhando gradativamente relevância, todavia por causa de personalidades das elites que acometidas por alguma deficiência se posicionaram e militaram por direitos no que desencadeou por muitas iniciativas oficiais particulares e isoladas, como criação de institutos, formulação e fundamentação de sistemas linguísticos (gestuais e orais) extremamente importantes para os deficientes, em específicos os auditivos e os visuais. Um exemplo disso é do francês Louis Braille (professor) criador do sistema de escrita tátil para os deficientes visuais, que a posteriori, com reajustes e melhoras foi amplamente difundido e assim atendendo a esse público.



                (Louis Braille - crédito da imagem site da União de cegos do Rio Grande do Sul).

No Brasil do Segundo Reinado (1840- 1889)  Dom Pedro II fez inúmeras inciativas oficiais que perduraram até nossos dias: as mais famosas são a criação do Imperial Instituto dos meninos cegos  e o Imperial Instituto dos surdos – mudos. Entretanto com os avanços tecnocientíficos, foram detectados outros tipos de comprometimentos como a surdocegueira, tendo Hellen Keller um dos casos mais conhecidos e repercutidos do século XX. A surdocegueira é uma deficiência múltipla sensorial de caráter único,  mas com condições de perdas gradativas ou congênitas da visão e da audição combinada muita das vezes com outras deficiências e transtornos. Ela não pode ser considerada uma dupla deficiência, pois possui especificidades subjetivas das quais cada surdocego desenvolve maneiras peculiares de se comunicar com o mundo que os cerca. 


(Hellen Keller - intelectual - crédito da imagem Pinterest)

No Brasil há discussões assíduas a respeito de formulações de leis que assistam de maneira mais íntegra e honesta esses indivíduos com comprometimentos diversos e enrijeça a Lei nº 13.146/2015 que é um código legislativo recente, mas que na teoria atribuí direitos a todos os deficientes visando sua inclusão social e exercício pleno da cidadania. A população surdocega no Brasil estimasse 1,5 milhões (IBGE-2014) de pessoas acometidas. É uma parcela pequena e por essa razão o sistema regular de ensino não foi pensado em sua estrutura para assistir esses indivíduos, sendo assim essas pessoas são atendidas e acompanhadas em escolas especializadas, em sua maioria de cunho privado.

     Pensar numa educação de qualidade de indivíduos com surdocegueira que se considera desenvolver as esferas cognitiva, emocional e social, há a necessidade de uma parceria eficaz entre escola, família e sociedade, buscando por mecanismos que contribuam na aprendizagem significativa e na autonomia dos surdocegos.

     Como podemos verificar durante o filme, Anne Sullivann é a guia de Hellen Keller, sua intenção como professora é demostrar a criança surdocega como ler o seu mundo por meio da linguagem de sinais, assim atribuindo - lhe significados. Para articularmos uma aprendizagem favorável das crianças com surdocegueira necessitamos de buscar como educadores cursos especializantes para compreendermos com profundidade e clareza a melhor metodologia e didática úteis, que agreguem no processo de ensino aprendizagem destes, ou seja, adequando ao cotidiano escolar estratégias pedagógicas e organizando modalidades de comunicação que articulem a sociointeração desses alunos, refletindo numa real inclusão nas esferas educativas.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
  • Artigos acadêmicos:





 






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